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FecharMas, para ter êxito em sua pretensão, a Codelco terá de enfrentar a Cia. Vale do Rio Doce, outra interessada na empresa. A Vale deseja, porém, adquiri-la sozinha.
O fato é que a associação com a Caraíba Metais, que utiliza como matéria-prima concentrado de cobre importado do Chile, principalmente, faria mais sentido econômico à Codelco, exportadora do minério. Da mesma forma, a compra pela Vale viabilizaria suas jazidas de cobre na região do Carajás, Sul do Pará, e que até hoje não foram exploradas.
A Vale tem jazida de cobre, mas não tem laminadora. Já a Caraíba Metais tem metalurgia e não tem mina. Representantes da Vale e da Codelco, em momentos diferentes, já visitaram as instalações da empresa, na Bahia, próximas ao Pólo de Camaçari. Praticamente 100% de suas necessidades são abastecidas via importações do concentrado.
As negociações em torno da Caraíba ratificam a disposição do grupo Paranapanema de, até o final deste ano, concluir a venda de participações acionárias de suas empresas. Os trabalhos de busca de sócios estratégicos para as controladas ( que incluem ainda Paraibuna, Elumae Mamoré) vêm sendo comandados pelo Deutsche Bank e pelo Banco do Brasil Investimento (BBI).
Fontes envolvidas nas negociações garantem que as empresas do grupo têm diversos interessados: nacionais e estrangeiros (europeus e canadenses, principalmente). Mas não revelam seus nomes.
O negócio com a Caraíba foi apresentado também ao grupo Votorantim, do empresário Antônio Ermírio de Moraes, que teria mostrado-se pouco receptivo em adquirir participações daquela empresa. Seu interesse é pela ParaibunaMetais, produtora de zinco. As conversações estão em curso. O negócio faz parte da estratégia do grupo de consolidar sua presença no setor de não ferrosos. O valor da transação, não revelado, variará de acordo com a parcela a ser adquirida.
A Paraibuna e o grupo Votorantim (Mineira de Metais) são os únicos produtores nacionais de zinco, com minas localizadas no estado de Minas Gerais. A Paraibuna detém 35% de mercado interno de zinco.
A reestruturação promovida pela Paranapanema em seu grupo de empresas nos últimos anos começou a apresentar resultados positivos neste ano. No primeiro trimestre, segundo dados de balanço, o grupo controlado pelos fundos de pensão registrou lucro líquido consolidado de R$ 5,7 milhões. O resultado foi 95% maior que o de R$ 2,9 milhões obtido em igual período do ano passado. Todas as empresas do grupo, com exceção da Eluma, fabricante de manufaturados de cobre, apresentaram lucro.
A Caraíba Metais teve lucro de R$ 21,3 milhões no período, com faturamento liquido de R$ 196 milhões (maior que R$ 162 milhões dos três meses de 1999). A Paraibuna lucrou R$ 5,5 milhões, o primeiro na história da empresa.
Fonte: Gazeta Mercantil
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Publicação: 27/06/2000