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FecharDe São Francisco do Sul (SC)
A Arcelor, maior grupo siderúrgico mundial, inaugurou ontem sua nova unidade no Brasil, a fábrica Vega do Sul. Localizada no município de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, o empreendimento teve investimento de US$ 420 milhões, o maior do setor privado já feito no Estado. A empresa, que vai gerar 700 empregos na região, terá capacidade para produzir 880 mil toneladas de aço galvanizado e laminados a frio, devendo atingir este volume em até três anos. De acordo com o presidente mundial da Arcelor, Guy Dollé, a expectativa para 2004 é atingir um faturamento de US$ 220 milhões.
Neste ano a empresa atingirá produção de 500 mil toneladas, das quais 320 mil toneladas de aço galvanizado (revestido de zinco e mais resistente à corrosão). Do total produzido, 100 mil toneladas serão destinadas à exportação. A indústria automobilística, um dos principais mercados da Vega do Sul, consumirá 140 mil toneladas de aço galvanizado nesse primeiro ano de operação.
– Começamos as vendas para as montadoras em abril, com 9 mil toneladas e em junho deveremos chegar a 17 mil toneladas – explicou o diretor-presidente da Vega do Sul, Patrick Bardet. A localização da empresa garante o atendimento das principais montadoras da América Latina que já são clientes do grupo Arcelor, como Volkswagen, Renault, Fiat, Ford, Peugeot-Citroën, GM e Honda.
A empresa concorrerá principalmente com a GalvaSud, da CSN, e a Unigal, da Usiminas. Hoje a Arcelor, por intermédio da Vega do Sul, é a segunda maior fornecedora da Região Sul, atrás apenas da CSN. Com a Vega do Sul, a produção nacional de aço galvanizado passará a ter capacidade instalada próxima a 2,6 milhões de toneladas ao ano, enquanto seu consumo não chega nem à metade disso, o que abre espaço para a exportação.
Boas perspectivas, com clientes em todo o mundo
Bardet explicou que apesar da indústria automobilística brasileira não ter registrado o desempenho esperado quando da concepção do projeto – 2,5 milhões de veículos ano até 2005 – as perspectivas continuam sendo boas. “Essa é a vantagem de estar associado ao grupo Arcelor, que tem acesso a clientes no mundo todo”, disse. Outras alternativas são o fornecimento para a indústria da Construção Civil e para fabricantes de produtos de linha branca.
No Brasil a Arcelor está presente hoje na companhia Belgo-Mineira, na qual tem participação de 54%, na Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), com 30%, na Acesita com 28%, e na Vega do Sul, na qual detém participação majoritária de 69%. A composição acionária da Vega do Sul é complementada pela CST (25%) e pelo Grupo Gonvarri (6%). A CST fornecerá à Vega, este ano, 550 mil toneladas de bobinas a quente.
Guy Dollé afirmou que é intenção do grupo continuar investindo no País, onde estão previstos investimentos de US$ 3 bilhões nos próximos cinco anos. Dentre os projetos estariam a terceira fase de expansão da CST, com a construção de um novo alto-forno, ao qual será destinado US$ 1 bilhão, além do aumento da produção da Belgo-Mineira, que receberá cerca de US$ 700 milhões.
Dollé não descarta ainda a participação no projeto da siderúrgica do Maranhão, em que atuaria em parceria com a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a chinesa Baosteel. A decisão quanto a esse projeto, entretanto, dependerá do resultado de um estudo que estará sendo concluído em breve. A Arcelor pretende ainda investir no aumento de sua participação nas empresas brasileiras e na reorganização de seus negócios embaixo de uma única empresa.
A inauguração contou com as presenças do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira e do diretor-presidente da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), José Armando Figueiredo Campos, entre outros.
Fonte: Jornal do Commercio
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 28/04/2004