Millennium investe US$ 31 milhões para ampliação de mina

A Millennium Chemicals do Brasil, subsidiária da Millennium Inorganic Chemicals, segunda maior fabricante mundial de dióxido de titânio, investiu US$ 31 milhões no projeto de expansão de sua capacidade de produção no Brasil. A empresa alterou o processo de lavra da ilmenita, minério gerador do dióxido de titânio, de seco para úmido (dragagem), o que propiciará aumentar o tempo de exploração da mina em cinco anos, somando 17 anos. Com a conclusão do projeto, a jazida, localizada em Mataraca (PB), ampliou sua capacidade de produção de 110 mil para 120 mil toneladas de ilmenita por ano.

Além da expansão da ‘vida’ da mina, o investimento preparou terreno para um futuro aumento da capacidade de produção de dióxido de titânio, na unidade industrial da empresa em Camaçari (BA). O produto é um pigmento branco usado na confecção de diversos produtos, como tintas, plásticos, celulose, fibras, borrachas e cosméticos. A empresa possui hoje capacidade de produção de 60 mil toneladas de dióxido de titânio. Segundo o diretor-geral da Millennium para a América Latina, Ciro Marino, a meta é de ampliar a capacidade de produção para cerca de 80 mil toneladas por ano. 'Estamos aguardando um momento com melhores perspectivas e maior estabilidade do mercado global', disse.

A Millennium é única fabricante de dióxido de titânio na América do Sul. O grupo Paranapanema, controlado por um ‘pool’ de fundos de pensão liderado pela Previ, conta com o projeto Bujuru, que prevê a produção de 90 mil toneladas de dióxido de titânio no Rio Grande do Sul. O negócio, que seria viabilizado através de uma joint venture com a Millennium, está parado devido as exigências dos órgãos de defesa ambiental e das ações movidas pelo Ministério Público. O investimento previsto seria de cerca de US$ 500 milhões para explorar as reservas de ilmenita, rutilo e zircônio, e incluía a escavação de uma mina em São José do Norte e a montagem de uma usina em Rio Grande.

A norte-americana DuPont, maior fabricante mundial de dióxido de titânio, com 24% de participação, pode produzir dióxido de titânio no Brasil em uma área de 220 mil hectares no nordeste do Pará. Enquanto não produz localmente, atua no País de duas formas: trazendo o produto acabado de sua unidade do México; ou semi-acabado, para ser micronizado (moído) e embalado na unidade de Uberaba (MG). A empresa vende cerca de 28 mil toneladas por ano. A Millennium conta com 16% do mercado do mundial de dióxido de titânio, e possui fábricas nos Estados Unidos, França, Inglaterra, Austrália e no Brasil, onde possui cerca de 60% da produção nacional.