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Metais & Ligas | Cobre | Informações Técnicas

Tratamentos térmicos e recristalização 

a) Tratamentos Térmicos

Os tratamentos térmicos abordados a seguir compreendem somente aqueles ciclos de aquecimento e resfriamento que produzem mudanças de estado de tensões ou alterações microestruturais significativas, que resultam em mudança de propriedades físicas em geral e mecânicas em particular, as quais definem o campo de aplicação do material. Sendo assim, estão excluídos do escopo deste texto os ciclos de aquecimento e resfriamento relacionados única e exclusivamente com o trabalho a quente.

Os principais tipos de tratamentos térmicos aplicados ao cobre e suas ligas são os seguintes:

(1) – Recozimento com o propósito de amolecer um material encruado como conseqüência do trabalho mecânico. Além da recuperação inicial, resulta em recristalização, e, em casos de tempo prolongado e/ou temperatura elevada, crescimento de grão.

(2) – Tratamento térmico de alívio de tensões para evitar corrosão sob tensão acarretada por tensões residuais. É realizado em temperaturas inferiores à temperatura de recristalização, portanto abaixo da temperatura na qual ocorre significativo amolecimento no material.


(3) – Homogeneização para dissolver segregação de elementos em determinados locais e promover, por difusão, sua distribuição de modo mais uniforme por todo o material. As ligas que exigem esse tipo de tratamento contêm níquel e estanho.

(4) – Tratamento de solubilização e endurecimento por precipitação: aplica-se a um determinado grupo de ligas de cobre, as ligas cobre berílio (Cu-Be). Estas ligas contêm até 2 % de berílio e podem apresentar também pequenos teores de níquel, cobalto ou cromo.

Recozimento

O recozimento com o propósito de amolecer o material encruado por deformação mecânica pode produzir diferentes graus de amolecimento, dependendo do tempo e da temperatura nos quais este material é tratado. Quanto maior a temperatura e mais longo o tempo, maior o amolecimento obtido. O parâmetro mais utilizado para avaliar o grau de amolecimento obtido pelo recozimento é a mensuração do tamanho de grão. Valores de dureza Rockwell também podem ser utilizados como referência, porém como informação complementar e aproximada. Isso se deve ao fato de que o tamanho de grão é uma variável mais sensível à variação das condições de têmpera do que outras características metalúrgicas como as propriedades determinadas por ensaios mecânicos tais como resistência á tração, alongamento, redução em área ou dureza Rockwell.

A tabela 8.1 apresenta a relação entre tamanho de grão e trabalhabilidade a frio para o cobre e suas ligas. Essa tabela é mais adequada no caso dos latões com maior teor de zinco, como o 65-35 e o 70-30, uma vez que latões com menores teores de zinco são mais dúteis e não encruam tão rapidamente com o trabalho a frio. Em geral o tamanho de grão de 0,035 mm (35 ƒÝm) é considerado aceitável para o embutimento profundo de ligas de cobre com teor de cobre mais alto.

Tabela 8.1 – Tamanho de Grão de Ligas de Cobre Recozidas x Tipo de Operação de Conformação Recomendada.

Tamanho de Grão Nominal (mm) Operação de Conformação Recomendada
0,015 Operações de conformação muito leves
0,025 Embutimento não profundo
0,035 Embutimento mais profundo combinado com razoável qualidade de acabamento superficial
0,050 Operações de embutimento profundo
0,070 Embutimento muito profundo com bitolas espessas

A tabela 8.2 apresenta uma correlação entre tamanho de grão e dureza.

Tabela 8.2 – Tamanho de Grão x Dureza.

Têmpera Tamanho de Grão (mm) Dureza Rockwell
Escala F Superficial
(15-T)
Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo
Recozimento total Totalmente recristalizado - - 65 - 68
Embutimento profundo (0,025 mm nominal) Totalmente recristalizado 0,050 30 75 44 73

A tabela 8.3 apresenta os requisitos de tamanho de grão para placas, chapas e tiras de diferentes tipos de latões.

Tabela 8.3 – Tamanho de grão em função da liga.

Liga Tamanho de Grão (mm)
Nominal Mínimo Máximo

210

 

95 Cu – 5 Zn

0,050 0,035 0,090
0,035 0,025 0,050
0,025 0,015 0,035
0,015 Totalmente recristalizado 0,025

220

 

90 Cu – 10 Zn

0,050 0,035 0,090
0,035 0,025 0,050
0,025 0,015 0,035
0,015 Totalmente recristalizado 0,025

230

 

85Cu – 15Zn

0,070 0,050 0,100
0,050 0,035 0,070
0,035 0,025 0,050
0,025 0,015 0,035
0,015 Totalmente recristalizado 0,025

240

 

80Cu – 20Zn

0,070 0,050 0,120
0,050 0,035 0,070
0,035 0,025 0,050
0,025 0,015 0,035
0,015 Totalmente recristalizado 0,025

260 e 270

 

70Cu-30Zn

e

65Cu-35Zn

0,120 0,070 -
0,070 0,050 0,120
0,050 0,035 0,070
0,035 0,025 0,050
0,025 0,015 0,035
0,015 Totalmente recristalizado 0,025

Tabela 8.4 – Dureza Rockwell em função do tamanho de grão.

Tabela 8.4 – Dureza Rockwell em função do tamanho de grão.

Tamanho de Grão Nominal Resultante do Recozimento (mm) Dureza Rockwell – somente valores aproximados de referência
Escala F Escala 30-T superficial
Mínimo Máximo` Mínimo Máximo
Liga 210 (95Cu – 5Zn)
0,050 40 52 - 4
0,035 47 54 - 7
0,025 50 61 1 17

 

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