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As Tabelas 43 e 44 mostram respectivamente os principais tipos e empregos de tubos e os tipos e empregos principais para tubos de pressão.
Tabela 43 – Principais tipos e empregos de tubos
Tipo |
Empregos |
Standard |
Água residencial ou industrial, vapor, transmissão de óleo ou gás, linhas de serviço, usos estruturais. |
Especial |
Conduítes, tubos-estaca, tubos para niples etc. |
Linhas de serviço |
Transmissão de óleo ou gás, adutoras de água |
Petróleo |
Perfuração, tubulações, revestimento |
Poços de água |
Perfuração, revestimentos, tubos usinados e alargados. |
Pressão |
Para elevadas temperaturas ou para serviços sob pressão. |
Tabela 44 – Tipos e empregos principais de tubos para pressão
Emprego |
Tipos |
Caldeiras com tubulação de água |
Tubos geradores, tubos de sobreaquecedores, tubos recuperadores, tubos de circulação, tubos de paredes de fornos. |
Caldeiras flamo-tubulares |
Tubos de fogo, tubos para sobreaquecedores, tubos tirantes, etc. |
Outros |
Tubos de aquecimento de água de alimentação, tubos para destiladores de petróleo. |
Esses tubos podem ser com costura ou sem costura e são do tipo padrão ou especial, com diâmetros que variam desde 1/8” (tubos para niples) ate 96” (tubos para linhas de serviço), espessura de paredes variáveis, dependendo do emprego, resistência normal ou ultra-resistentes, extremidades lisas, rosqueadas, expandidas ou frangeadas (dependendo igualmente da aplicação) e, em vários casos, galvanizados.
Para aplicações mais comuns, o aço para tubos é aço-carbono de baixo teor de carbono (de 0,10 a 0,25%), possuindo uma resistência à tração variando de 35 a 50 kgf/mm2 (340 a 490 MPa); no caso de aplicações de maior responsabilidade, usa-se aço de carbono médio, de 0,30 a 0,50%, com resistência à tração de 50 a 60 kgf/mm2 (490 a 590 MPa).
Os valores mais elevados de resistência mecânica são obtidos no estado encruado pelo estiramento.
Nota-se que a resistência à tração nos produtos tubulares de aço, provenientes do mesmo lingote, é maior nos tubos de menor diâmetro, devido à conformação mecânica mais intensa a que são submetidos.
A ABTN, pelas suas Especificações Brasileiras EB-193, de 1973, especifica respectivamente “Tubos de Aço de Precisão com Costura” e “Tubos de Aço de Precisão sem Costura”.
Pela EB-349, os tubos são fornecidos nos estados “trefilado duro”, “trefilado macio”, “recozido” e “normalizado”. A composição química varia da seguinte maneira:
C – 0,08% a 0,38%
Mn – 0,25% a 1,40%
Si – 0,10% a 0,55%
P – 0,04% max.
S – 0,06% max.
Os valores das propriedades mecânicas variam dentro das seguintes faixas:
- no estado normalizado:
- resistência à tração: 34 a 50 kgf/mm2 (330 a 490 MPa)
- limite de escoamento: 21 a 26 kgf/mm2 (210 a 260 MPa)
- alongamento: 26 a 20%
- no estado trefilado duro:
- resistência à tração: 42 a 60 kgf/mm2 (410 a 590)
- alongamento: 6 a 4%
- no estado trefilado macio:
- resistência à tração: 36 a 55 kgf/mm2 (350 a 540 MPa)
- alongamento: 10 a 6%
- no estado recozido:
- resistência à tração: 32 a 40 kgf/mm2 (310 a 390 MPa)
- alongamento: 28 a 24%
Pela EB-193, os tubos são fornecidos, igualmente, nos estados “trefilado duro”, “trefilado macio”, “recozido” e “normalizado”. A composição química varia da seguinte maneira:
C – 0,08% a 0,38%
Mn – 0,25% a 1,40%
Si – 0,10% a 0,55%
P – 0,04% max.
S – 0,05% max.
As propriedades mecânicas, de acordo com os estados, variam como se segue:
- no estado normalizado:
- resistência à tração: 35 a 65 kgf/mm2 (340 a 640 MPa)
- limite de escoamento: 24 a 36 kgf/mm2 (240 a 350 MPa)
- alongamento: 25 a 17%
- no estado trefilado duro:
- resistência à tração: 45 a 65 kgf/mm2 (440 a 640)
- alongamento: 6 a 4%
- no estado trefilado macio:
- resistência à tração: 38 a 55 kgf/mm2 (370 a 540 MPa)
- alongamento: 10 a 6%
- no estado recozido:
- resistência à tração: 32 a 50 kgf/mm2 (310 a 490 MPa)
- alongamento: 28 a 18%
No caso de se desejar tubos para aplicações a elevadas temperaturas (que exijam resistência à fluência) ou para aplicações que exijam resistência à corrosão e à oxidação, usam-se aços-liga. No caso de se desejar resistência ao calor e à fluência, adiciona-se molibdênio ou molibdênio e cromo em pequenos teores. Aumentando-se o teor de cromo, melhora-se a resistência à corrosão do tubo.
Para serviços a altas temperaturas, em aplicações tais como de fornos e fornalhas, radiadores, para indústrias químicas e de refino de petróleo, em caldeiras, aquecedores de diversos tipos e aplicações similares, há uma variedade grande de tipos de aços, todos apresentando como elementos de liga principais o cromo e o molibdênio, por possuírem os efeitos seguintes:
- o cromo melhora a resistência à oxidação e à corrosão, além de aumentar ligeiramente o limite de escoamento, a resistência à tração e a dureza. Nesses produtos tubulares, o teor máximo encontrado de cromo é de 9%.
- o molibdênio melhora a resistência à fluência a elevadas temperaturas, mas não melhora a resistência à corrosão ou á oxidação. O teor máximo encontrado é de 1%.
Normalmente, os dois elementos considerados estão associados, que mostra alguns tipos de aços para tubos sem costura para serviço a alta pressão e temperatura. Como se vê, o carbono é mantido no máximo a 0,15% nos aços Cr-Mo e 0,20% nos aços C-Mo.
Na indústria automobilística, os produtos tubulares são os de baixo carbono (0,05 a 0,15%), do tipo com costura, no estado recozido, apresentando limite de resistência à tração da ordem de 30 kgf/mm2 (290 MPa), com alongamento medido em 50 mm de 14 a 40%.
São empregados igualmente tubos de carbono médio, 0,30 a 0,40% de carbono, com 0,35 a 0,65% de manganês e níquel variando de 2,75 a 3,50%, com limite de escoamento de 50 kgf/mm2 (490 MPa) e limite de resistência à tração de 70 kgf/mm2 (690 MPa).