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Pelo exame das especificações propostas pela ABTN, pode-se ter uma idéia das propriedades que se desejam nesses produtos planos de aço.
No caso das chapas destinadas a serviços de estampagem e semelhantes, que constituem uma das mais importantes aplicações desses tipos de produtos, além dos característicos mecânicos usuais, é necessário conhecer-se sua “qualidade de conformação”.
Os ensaios empregados para medir essa qualidade são os de dureza Rockwell e de ductilidade tipo Olsen.
O ensaio Olsen é realizado num corpo de prova da chapa, com 3 ¾” de largura , mantido entre matrizes planas em forma de anel com 1” de diâmetro interno. Uma esfera de 7/8” de diâmetro é comprimida progressivamente de encontro à chapa de modo a formar um “copo”, ao mesmo tempo que a carga e a altura do copo são medidas continuamente. O valor que interessa é a altura do “copo”, em milésimos de polegada, no momento em que a carga começa a cair. A espessura das chapas para o ensaio Olsen é limitada a 1,57 m (0,062”), devido à folga entre a esfera e o anel. Valores de ductilidade Olsen em função da espessura e da qualidade do aço estão expressos na figura 125.
Fig. 125 – Gráfico representativo da classificação aproximada de aço para chapas, baseada em ensaios de ductilidade e de dureza Rockwell B
Uma vantagem importante do ensaio de ductilidade é a possibilidade, para um técnico experiente, de prever o comportamento aproximado do aumento de tamanho de grão d aço depois de conformado, pelo exame dos lados do “copo”. Com tamanho de grão ASTM 8 e 9, os lados apresentam-se macios; com tamanho de grão 7, nota-se uma aspereza moderada, a qual se acentua progressivamente, à medida que o tamanho de grão cresce.
Para a medida da dureza, recomenda-se o uso da escala Rockwell B em espessuras acima de 0,75 mm. Abaixo dessa espessura, deve-se empregar a escala F.
Quanto às propriedades relacionadas com o esforço de tração, seu conhecimento é de grande importância para avaliar-se a capacidade de deformação desses aços. Nesse sentido, as considerações que se pode fazer são as seguintes:
- quanto mais alto o limite de resistência à tração, tanto melhor, se as outras propriedades forem favoráveis;
- quanto mais baixo o limite de escoamento, tanto melhor, se as outras propriedades forem favoráveis; de fato, limite de escoamento muito baixo combinado com tamanho de grão muito grosseiro, pode causar o defeito “casca de laranja”, donde um baixo limite de escoamento é desejável, quando outros característicos forem adequados, como se mencionou;
- o alongamento, desde que outros característicos sejam favoráveis, deve ser o mais alto possível, pois o aço será facilmente deformado;
- a relação elástica, isto é, a relação entre o limite de escoamento e o limite de resistência à tração é um valor importante, pois quanto menor , maior a separação entre o escoamento e a ruptura, o que torna o aço mais indicado para conformação muito severa.
A Tabela 40 mostra as propriedades que chapas de aço laminado a frio destinadas a estampagem profunda devem apresentar.
Tabela 40 – Propriedades desejadas em chapas de aço laminado a frio para estampagem profunda
Tipo de aço |
Dureza Rockwell B |
Limite de escoamento ** |
Limite de resistência à tração |
Alongamento em 50 mm |
Relação elástica |
“Copo” Olsen *** pol. |
||
Kgf/mm2 |
MPa |
Kgf/mm2 |
MPa |
|||||
Comercial, efervescente e recozido |
50 |
24,5 |
245 |
29,4 |
284 |
37 |
0,85 |
0,380 |
Comercial, efervescente e aplainado* |
55 |
24,5 |
245 |
30,8 |
298 |
35 |
0,80 |
0,370 |
Para estampagem profunda, efervescente e recozido |
45 |
22,4 |
224 |
28,7 |
277 |
41 |
0,75 |
0,400 |
Para estampagem profunda, efervescente e aplainado |
48 |
21,0 |
210 |
29,4 |
284 |
39 |
0,70 |
0,390 |
Para estampagem profunda, acalmado e aplainado |
45 |
17,5 |
175 |
28,7 |
277 |
41 |
0,60 |
0,400 |
* A expressão aplainado corresponde e “temper rolled” ** Valor dado na direção da laminação; numa direção perpendicular, o valor é aproximadamente 1,5kgf/mm2 mais elevado *** Os valores apresentados correspondem à espessura de 0,91 mm (0,36”) |